Sergas busca no Paraná biotecnologia que converte dejetos suínos em energia

Com o objetivo de conhecer tecnologias para produção de energia e gás renováveis em Sergipe, a equipe do Sergipe Gás (Sergas) visitou a Central de Bioenergia de Toledo, cidade que fica ao oeste do estado do Paraná. O diretor presidente da Sergas, José Matos, conheceu uma unidade de negócios implantada e operada pelo Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), que produz energia elétrica através de biogás oriundo de dejetos suínos. 

A unidade visitada possui um arranjo coletivo que integra 17 produtores de suínos, que disponibilizam os dejetos gerados nas atividades produtivas. O biogás produzido é convertido em energia elétrica utilizando moto-geradores e é suficiente para manter a operação dos geradores de energia por 22 horas/dia. A unidade também possui a perspectiva de coletar carcaças de animais mortos para serem tratadas adequadamente e servir como insumo. 

Negócio sustentável 

A geração de energia obtida é equivalente ao consumo médio de 1.500 casas de médio padrão. O diretor-presidente da Sergas, José Matos, conheceu o processo de produção acompanhado pelo engenheiro ambiental do Cibiogás, Rafael Niklevicz, que apresentou a planta e explicou informações técnicas sobre a operação, participação dos produtores e o meio ambiente.  

Sergipe pode adotar o modelo em parceria com o Cibiogás, de acordo com o presidente da Sergas, José Matos. “Sergipe tem grande potencial de produção de biomassa, insumo essencial para sustentar o projeto. Em forma de convênio, o Cibiogás oferece o acordo de transferência de tecnologia para o estado de Sergipe, através dos seus órgãos de tecnologia. Com isso, nosso estado poderá seguir uma nova tendência mundial dos combustíveis e fonte de energias renováveis”, destaca Matos. 

Para o engenheiro ambiental do Cibiogás, Rafael Niklevicz, a destinação sustentável dos dejetos ou animais mortos beneficia o produtor rural parceiro. “Ele pode ampliar seu negócio sem ampliar os sistemas de tratamento necessários e se beneficiar com uma redução significativa, de até 75%, do efluente do biodigestor (digestato). Isso permite a instalação de novos sistemas de criação de suínos, aumentando a sua produção e seus negócios”, destaca Rafael. 

Processo de produção 

Os resíduos chegam à Central e são conduzidos a um sistema de biodigestão,  com três reatores de diferentes tecnologias. O primeiro reator opera como um Tanque com Agitação 

Contínua (CSTR), proporcionando uma mistura completa. Os demais são conhecidos como lagoas otimizadas. Os reatores possuem aquecimento, agitação e dessulfurização biológica.

A dessulfurização é uma etapa de pré-tratamento essencial para a valorização energética do biogás, pois protege os motores de cogeração da ação corrosiva do ácido sulfídrico. A produtividade de biogás nos reatores é de 6.291 Nm³/h, unidade de vazão Normal Metro Cúbico por Hora (Nm³/h).

“O modelo utilizado na Central de Bioenergia de Toledo demonstra que é possível aproveitar, de uma nova maneira, os dejetos de propriedades rurais em uma unidade centralizada, que opera um negócio tecnológico e sustentável financeiramente, gerando como resultado a produção de energia elétrica. Caso queira e se for necessário, pode produzir também o biometano, através de pequenas alterações em equipamentos com filtros específicos”, finaliza o presidente da Sergas, José Matos.

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